Descrição
Galáxia Floresce na Primavera reúne os principais poemas de Nanao Sakaki (1923–2008), escritor japonês beatnik, vagabundo das montanhas e rios, poeta andarilho e ativista ambiental global cuja obra é publicada pela primeira vez em português. Com 60 poemas escritos entre a década de 1960 e os anos 2000, o livro introduz o essencial sobre a poesia de Nanao: seu humor zen-taoísta, suas inversões de perspectiva, de tempo e de espaço, suas influências ancestrais que servem ao futuro, seu agudo senso de observação dos fenômenos naturais, as inspirações vindas da geologia, da biologia e da astronomia, e as sacadas ácidas sobre o estilo de vida tóxico e a destruição ambiental do capitalismo tardio.
Nascido em Kagoshima, Nanao serviu ao Japão na Segunda Guerra Mundial como analista de radar, ocasião em que viu com os próprios olhos a explosão nuclear de Nagasaki. Com a derrota japonesa, encontrou o caminho da poesia andarilha, explorando a herança de poetas medievais como Bashô e Issa. Na vanguarda da contracultura, nos anos 1960 fundou coletivos como a Academia dos Vagabundos e o Buzoku (As Tribos), inventando estilos de vida em lugares remotos do Japão. Nessa mesma época tornou-se amigo de beatniks norte-americanos como Allen Ginsberg, Gary Snyder e Michael McClure. Depois disso, viajou com sua poesia ao redor do mundo, sendo traduzido em diversas línguas.
No dia 1 de janeiro de 2023, Nanao Sakaki completaria cem anos de idade. Para celebrar seu centenário, o Grafatório organiza o hotsite nanaoglobal.com, além da publicação de Galáxia Floresce na Primavera. O livro conta com prefácio de Gary Snyder e posfácio do editor/tradutor Felipe Melhado. A revisão da tradução é de Maurício Arruda Mendonça. O o livro conta com impressões em relevo seco, feitas em letterpress, de ilustrações assinadas pelo artista visual Guilherme Gerais. A capa traz um gradiente impresso em litografia indireta, e a encadernação manual remete à costura tradicional japonesa. O design e a produção gráfica são de Pablo Blanco, e os acabamentos são do tipógrafo Silvio Valduga.